O presidente da FIFA, o suíço Joseph Blatter, em evento realizado ontem no Rio de Janeiro, informou que está nos planos da entidade máxima do futebol o fim do recurso da paradinha nas cobranças de pênalti. A notícia já está gerando polêmica no meio esportivo, sobretudo por parte daqueles que enxergam na paradinha um artifício para dar mais emoção às penalidades, que proibi-la seria o mesmo que “dogmatizar” excessivamente o futebol e que a FIFA deveria estar mais preocupada com questões que inibam jogadas truculentas, racismo e arbitragens desastrosas, por exemplo.
De fato, muitos percalços no futebol precisam ser revistos para que o espetáculo se torne mais atraente, justo e menos troglodita. Definir regras mais específicas para jogadas agressivas, que não dêem margem a diversas interpretações do árbitro; acabar com a diferenciação, a meu ver estúpida, de “mão na bola” ou “bola na mão” dentro da área; redimensionar a condição de impedimento (estar impedido por 2 cm de diferença é sacanagem!!), entre outras, são algumas das questões que precisam ser postas em pauta pelo senhor Blatter.
Mas, sobre as paradinhas serem “mais emocionantes”, eu fico me perguntando: mais emocionantes pra quem? Pro goleiro, que vê sua chance de realizar a defesa praticamente reduzida a zero com toda certeza não é!
A paradinha é uma das maiores imoralidades do futebol contemporâneo. Ela fere drasticamente o princípio da igualdade de condições em qualquer disputa limpa de qualquer modalidade esportiva. Os que a defendem argumentam que ela é justa porque oferece mais privilégios ao clube que sofreu a infração, como uma forma de compensação. Ora, eu ainda não estava a par de que havíamos regredido ao período mesopotâmico da História! Agora é Lei de Talião? Olho por olho, dente por dente??
A cobrança de pênalti em si já é uma retaliação mais do que suficiente para punir o clube infrator. Não há barreira formada nem grande distância entre o goleiro e o batedor. As chances de a bola entrar já são maiores que a de haver a defesa, bater na trave ou sair pela linha de fundo. Isso basta como compensação. Além disso, se aceitamos o recurso da paradinha, partimos do princípio de que todas as jogadas que originam pênaltis fatalmente terminariam em gol, o que não é verdade. Por isso se deve dar ao goleiro a possibilidade de defesa.
A paradinha precisa mesmo ser abolida do futebol. Não tem cabimento - pelo menos é o que eu penso - tentar compensar um erro (o da infração em si) com outro ainda pior. O ideal é que se descubram formas de se evitar (ou ao menos diminuir) os dois erros. E isso é aplicável não apenas no futebol, mas na vida. É uma questão de princípios, sobretudo.
O grande mestre do rádio esportivo, Luiz Mendes, fez ontem, no pré-jogo entre Vasco e Figueirense, pela Rádio Globo/ CBN, uma colocação com a qual eu sempre concordei: além de tornar o lance em si algo ruim de se ver, a paradinha se caracteriza como jogo sujo porque não oferece ao goleiro praticamente nenhuma chance de defender a bola. É quase uma forma de humilhar o adversário e isso é inaceitável para os princípios de uma disputa entre iguais. Em contrapartida, deve-se reavaliar a possibilidade do arqueiro não poder se movimentar na hora do pênalti, a não ser em cima da linha do gol.
Assino embaixo das palavras do mestre Luiz Mendes e espero que a decisão da FIFA seja categórica!
De fato, muitos percalços no futebol precisam ser revistos para que o espetáculo se torne mais atraente, justo e menos troglodita. Definir regras mais específicas para jogadas agressivas, que não dêem margem a diversas interpretações do árbitro; acabar com a diferenciação, a meu ver estúpida, de “mão na bola” ou “bola na mão” dentro da área; redimensionar a condição de impedimento (estar impedido por 2 cm de diferença é sacanagem!!), entre outras, são algumas das questões que precisam ser postas em pauta pelo senhor Blatter.
Mas, sobre as paradinhas serem “mais emocionantes”, eu fico me perguntando: mais emocionantes pra quem? Pro goleiro, que vê sua chance de realizar a defesa praticamente reduzida a zero com toda certeza não é!
A paradinha é uma das maiores imoralidades do futebol contemporâneo. Ela fere drasticamente o princípio da igualdade de condições em qualquer disputa limpa de qualquer modalidade esportiva. Os que a defendem argumentam que ela é justa porque oferece mais privilégios ao clube que sofreu a infração, como uma forma de compensação. Ora, eu ainda não estava a par de que havíamos regredido ao período mesopotâmico da História! Agora é Lei de Talião? Olho por olho, dente por dente??
A cobrança de pênalti em si já é uma retaliação mais do que suficiente para punir o clube infrator. Não há barreira formada nem grande distância entre o goleiro e o batedor. As chances de a bola entrar já são maiores que a de haver a defesa, bater na trave ou sair pela linha de fundo. Isso basta como compensação. Além disso, se aceitamos o recurso da paradinha, partimos do princípio de que todas as jogadas que originam pênaltis fatalmente terminariam em gol, o que não é verdade. Por isso se deve dar ao goleiro a possibilidade de defesa.
A paradinha precisa mesmo ser abolida do futebol. Não tem cabimento - pelo menos é o que eu penso - tentar compensar um erro (o da infração em si) com outro ainda pior. O ideal é que se descubram formas de se evitar (ou ao menos diminuir) os dois erros. E isso é aplicável não apenas no futebol, mas na vida. É uma questão de princípios, sobretudo.
O grande mestre do rádio esportivo, Luiz Mendes, fez ontem, no pré-jogo entre Vasco e Figueirense, pela Rádio Globo/ CBN, uma colocação com a qual eu sempre concordei: além de tornar o lance em si algo ruim de se ver, a paradinha se caracteriza como jogo sujo porque não oferece ao goleiro praticamente nenhuma chance de defender a bola. É quase uma forma de humilhar o adversário e isso é inaceitável para os princípios de uma disputa entre iguais. Em contrapartida, deve-se reavaliar a possibilidade do arqueiro não poder se movimentar na hora do pênalti, a não ser em cima da linha do gol.
Assino embaixo das palavras do mestre Luiz Mendes e espero que a decisão da FIFA seja categórica!